top of page

19ª Reunião da Cúpula do G20+ Brasil - G20+

O G20 foi fundado em 1999 como uma resposta às crises econômicas globais que assolavam a humanidade na época, como as crises do México (1994) e a Moratória Russa (1998). Inicialmente, o grupo reunia os ministros das finanças e chefes dos bancos centrais de 19 países, além da União Europeia, representando 85% do PIB global, dois terços da população mundial e mais de 75% do comércio internacional. Dessa forma, ao longo do tempo, o G20 se consolidou como um espaço amplo para incluir economias emergentes, reconhecendo a crescente relevância de países como China, Índia e Brasil. Embora inicialmente focado em questões financeiras, a cúpula passou a incluir temas como a saúde global, as mudanças climáticas, a segurança alimentar e a igualdade de gênero [1]. 

 

Com enfoque, o Brasil desempenha um papel estratégico no G20, especialmente em 2024, quando assumiu pela primeira vez a presidência rotativa do grupo. Sob o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o país definiu como prioridades a promoção da inclusão social, o combate à fome e às desigualdades, além da transição energética e do desenvolvimento sustentável. A presidência brasileira também buscava avançar na reforma das instituições de governança global, destacando a necessidade de uma maior representatividade dos países em desenvolvimento nas decisões internacionais [2].

TÓPICO A - "Transição energética: impactos da exploração de recursos naturais em áreas indígenas e de preservação ambiental".

Sob o risco do aumento permanente da temperatura global, além da necessidade de garantir a equidade na distribuição dos produtos do sistema capitalista, as discussões acerca da transição energética se tornaram urgentes. Esta estratégia consiste na mudança gradual do uso de combustíveis fósseis para opções que emitam menos gases de efeito estufa. Seu objetivo é conter as mudanças climáticas através da ampliação da produção e do uso de energias renováveis, como as alternativas eólica e solar, firmando o desenvolvimento sem comprometer a existência de gerações futuras [3].

 

Ainda assim, nos últimos anos, a extração de minerais essenciais para a produção de tecnologias no setor de energia tem se intensificado, o que gera diversos problemas e conflitos ao ignorar os custos sociais e ambientais envolvidos. Entre os principais desafios, destacam-se a violação do uso de terras e de recursos hídricos em áreas de preservação, impactando diretamente comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e pequenos agricultores [4].

 

Diante desse cenário, é fundamental integrar os conhecimentos tradicionais das populações que habitam essas áreas com inovações nas práticas agrícolas e energéticas. Isso pode não só gerar benefícios duradouros e sustentáveis para essas comunidades, mas também contribui para a mitigação das mudanças climáticas, preservando áreas indígenas e o ecossistema, conforme preceitos do G20+ Brasil.

TÓPICO B - "O dilema do agronegócio: a contradição do combate à fome no país dos alimentos". 

O Brasil se destaca no mercado global agropecuário como grande produtor de commodities, como café, soja e carne bovina. Esse modelo de produção tem sido a base do projeto para o campo brasileiro durante séculos, independentemente das políticas adotadas pelos governos. No entanto, a garantia do direito à alimentação permanece inviável ao mesmo tempo que o modelo agroexportador adotado atualmente cresce de forma exponencial. Enquanto o setor agropecuário segue em expansão acelerada, a fome e a insegurança alimentar também avançam, como evidenciam os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, realizada pelo IBGE. Nesse período, 25 milhões dos domicílios brasileiros enfrentavam algum grau de insegurança alimentar (IA), correspondendo a cerca de 85 milhões de pessoas sem acesso garantido a alimentos seguros e saudáveis de forma contínua [5]. 

Mundialmente, países em desenvolvimento enfrentam desafios semelhantes ao Brasil, onde a pressão pelo crescimento econômico frequentemente supera a preservação ambiental e o bem-estar social, forçando os países a atenderem às demandas do mercado global em detrimento de suas próprias populações. Diante desse cenário, torna-se urgente a reformulação de políticas públicas que priorizem o bem-estar social e a soberania alimentar, ao mesmo tempo que promovam métodos de produção sustentáveis e respeitem os limites ambientais.   Isso deve ser feito para evitar desigualdades, a insegurança alimentar e os prejuízos aos indivíduos em vulnerabilidade socioeconômica. Somente assim será possível enfrentar esses desafios globais e concretizar os objetivos do G20+, garantindo um futuro mais justo, sustentável e digno para todos.

Guias do Comitê em breve.

Diretores Acadêmicos

Dominique Vitória Barboza dos Santos 

Ivyson Henrique Oliveira Melo 

 

Diretores Assistentes

Dyellen Maria Alves Santos 

Eliseu Gomes Araújo 

Everton Lima do Nascimento 

Joana Jardim Duarte 

Karolina Emanuelly Ripardo Fontoura 

Leonardo Sgadari Passeggi Alcântara 

 

Tutora

Aysha Camille Soares da Silva

Links Relacionados

  1. KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

  2. BRUM, Eliane. A carne é fraca: a jornada de um homem, a indústria da carne e o destino do Brasil. 1. ed. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. 

  3. THE HISTORY OF THE G20. Produção: Centre for International Governance Innovation. Canadá: Centre for International Governance Innovation, 2010. 1 filme (33 min), sonoro, colorido. YouTube: [s. n.], 2018. Disponível em: https://youtu.be/uB_Nr5G5zwQ?si=nUpcC_3W-6oyzLw8. Acesso em: 3 jan. 2025. 

 

Livros e Artigos Relacionados

  1. POMPEIA, Caio; SCHNEIDER, Sérgio. As diferentes narrativas alimentares do agronegócio. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 57, n. 10.5380, 2021.Disponível em: https://www.academia.edu/download/75566619/44099.pdf. Acesso em: 10 jan. 2025.

  2. GARCIA, Ana; FERNÁNDEZ, Marta. Caderno para entender o G20. Rio de Janeiro: BRICS Policy Center; Jubileu Sul Brasil; Abong, 2024. Disponível em: https://bricspolicycenter.org/publications/caderno-para-entender-o-g20/. Acesso em: 8 jan. 2025. 

 

Filmes Relacionados

  1. ILHA DAS FLORES. Direção: Jorge Furtado. Produção: Casa de Cinema de Porto Alegre. Brasil, 1989. 1 filme (13 min), sonoro, colorido. Disponível em: https://youtu.be/h30BO_6kFNM?si=TR_NvhGchv9RcytO. Acesso em: 10 jan. 2025.

  2. BEFORE THE FLOOD. Direção: Fisher Stevens. Produção: Leonardo DiCaprio, Fisher Stevens, Jennifer Davisson. EUA: RatPac Documentary Films, 2016. 1 filme (96 min), sonoro, colorido. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mRMu07sn88g. Acesso em: 10 jan. 2025. 

  3. XINGU. Direção: Cao Hamburger. Produção: Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro. Brasil: O2 Filmes, 2012. 1 filme (102 min), sonoro, colorido. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3hmEGsvAYoE. Acesso em: 11 jan. 2025. 

 

REFERÊNCIAS

[1] GARCIA, Ana; FERNÁNDEZ, Marta. Caderno para entender o G20. Rio de Janeiro: BRICS Policy Center; Jubileu Sul Brasil; Abong, 2024. Disponível em: https://bricspolicycenter.org/publications/caderno-para-entender-o-g20/. Acesso em: 8 jan. 2025.

[2] LYRIO, M. C.; PONTES, K. D. S. O G20. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2021. Disponível em:https://funag.gov.br/biblioteca-nova/produto/1-1266. Acesso em: 8 jan. 2025. 

[3] PETROBRAS. Tudo sobre transição energética: o que é, qual a importância. Nossa Energia, 14 jun. 2024. Disponível em: 

https://nossaenergia.petrobras.com.br/w/transicao-energetica/tudo-sobre-transicao-energetica o-que-e-qual-a-importancia-principais-beneficios-e-mais#te2. Acesso em: 7 jan. 2025. 

[4] NAÇÕES UNIDAS. Em Fórum da ONU, Brasil defende transição energética liderada por indígenas. ONU News, 15 abr. 2024. Disponível em: 

https://news.un.org/pt/story/2024/04/1830451. Acesso em: 7 jan. 2025. 

[5] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). POF 2017-2018: proporção de domicílios com segurança alimentar fica abaixo do resultado de 2004. Agência de Notícias IBGE, 17 set. 2020. Disponível em: 

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/relea ses/28896-pof-2017-2018-proporcao-de-domicilios-com-seguranca-alimentar-fica-abaixo-do resultado-de-2004. Acesso em: 9 jan. 2025. 

  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • YouTube
  • TikTok
bottom of page