O primeiro caso a ser julgado será o do General Hideki Tojo (Tōjō Hideki), nascido em 30 de dezembro de 1884, em Tóquio. Ele destacou-se como uma figura central na trajetória militar e política do Japão durante a primeira metade do século XX. Sua carreira militar iniciou-se em 1905, quando ingressou como segundo-tenente na Infantaria após concluir a Academia Militar Imperial. Tojo teve uma ascensão notável, alcançando posições de destaque ao longo de sua trajetória. 

Em 1940, Tojo ascendeu ao posto de ministro da Guerra e, em 14 de outubro de 1941, tornou-se primeiro-ministro do Japão, cargo que ocupou até 9 de julho de 1944. Durante seu mandato, tomou decisões que marcaram profundamente o curso da Segunda Guerra Mundial, incluindo o ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, que precipitou a entrada dos Estados Unidos no conflito. No entanto, a crescente superioridade militar americana e eventos como os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki levaram à sua renúncia em 1945. 

Tojo foi um defensor fervoroso do nacionalismo japonês e apoiador da Alemanha Nazista, buscando expandir e consolidar um império japonês na Ásia. Suas ambições o colocaram em confronto direto com países vizinhos, como a China, e outras nações do Pacífico e Sudeste Asiático, tornando-o uma das figuras mais emblemáticas da história do Japão na Segunda Guerra Mundial. 

No julgamento de Hideki Tojo, serão discutidas suas responsabilidades enquanto chefe de governo do Japão imperial (primeiro-ministro) e as decisões tomadas durante o exercício de suas funções.

O segundo caso será o de Michinomiya Hirohito, também conhecido como Imperador Hirohito, nascido em 29 de abril de 1901 no Palácio Aoyama, em Tóquio. Ele foi o 124º imperador do Japão, reinando de dezembro de 1926 até sua morte, em 1989. 

Conforme a Constituição do Japão de 1889, o Imperador era considerado uma divindade encarnada (arahitogami) e detentor de poderes absolutos – crença fundamentada no xintoísmo, que estabelece a linhagem imperial como descendente direta do deus-sol Amaterasu. O reinado de Hirohito foi o mais longo da história japonesa e ocorreu em um período em que o país era a nona maior economia mundial. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão, sob o governo de Hirohito, integrou o Eixo ao lado da Alemanha e da Itália. Após os bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, Hirohito anunciou pela rádio, em cadeia nacional, a rendição incondicional do Japão, marcando o fim da guerra para a nação. 

Em seu julgamento, serão discutidas sua responsabilidade enquanto Imperador do Japão e as decisões tomadas durante o exercício de seu cargo.